A Fibromialgia pode englobar, entre outros fatores, os vasos sanguíneos e o movimento repetitivo do músculo, assim como os fatores preexistentes, sendo eles: alterações nos órgãos que recebem a serotonina e endorfina. Do mesmo modo que os fatores precipitantes: distúrbios do sono, excitação na neurotransmissão da dor, por meio do Sistema Nervoso Central e Sistema Nervoso Somático, a dor e a inatividade sobre o descondicionamento do músculo e à fadiga, aumentando ainda mais a exposição do músculo diante dos microtraumas (lesão de esforço crônico). Os distúrbios do sono e outras condições psicológicas poderiam agravar o microtrauma muscular. Na presença de neurotransmissores, como a serotonina, as fibras tornam-se muito sensíveis a estímulos repetitivos ou nocivos e, consequentemente, transmitem dor a um baixo nível de esforço. Essa síndrome atinge os seguintes tecidos e músculos:
Tecido fibroso muscular
O tecido muscular é constituído por células alongadas, que possuem filamentos citoplasmáticos de proteínas contráteis em grande quantidade, que são responsáveis pela contração desse tecido, utilizando o ATP (Trifosfato de adenosina) como moeda de troca energética. As células musculares se originam na mesoderme, e sua diferenciação é sucedida pela síntese de proteínas filamentosas, simultaneamente com o alongamento das células. De acordo com suas características funcionais e morfológicas, existem três tipos de tecido muscular.
Músculo estriado esquelético
É formado por células muito longas (30 cm) organizadas em forma de feixes, cilíndricas, multinucleadas, e contendo muitos filamentos, as miofibrilas. A contração dessas células ou fibras é vigorosa e rápida e estão sujeitas ao controle voluntário. Originam-se no embrião pela fusão de células alongadas, os mioblastos. E os inúmeros núcleos celulares se localizam nas periferias das fibras, próximos ao sarcolema, essa localização ajuda a diferenciar o músculo esquelético do músculo cardíaco, ambos possuem estriações transversais, porém no cardíaco os núcleos celulares estão posicionados no centro.
O conjunto de feixes que organizam as fibras musculares está revestido por uma camada de tecido conjuntivo denominada de epimísio, como no músculo bíceps ou o deltoide. O perimísio é constituído por septos de tecido conjuntivo que se dirigem para o interior do músculo, separando os feixes. Já o endomísio é formado pela lâmina basal da fibra muscular, relacionada a fibras reticulares. Nesse sentido, o tecido conjuntivo tem o papel de manter as fibras musculares unidas, permitindo que a força de contração gerada por cada fibra atue sobre o músculo inteiro.
Músculo cardíaco
É formado por células ramificadas e alongadas, com aproximadamente 15 mm de diâmetro, são unidas por meio de junções intercelulares complexas, sua contração é involuntária, vigorosa e rítmica. As fibras cardíacas estão cercadas por uma bainha de tecido conjuntivo que equivale ao endomísio do músculo esquelético, onde contém um grande número de capilares sanguíneos. A presença de linhas transversais fortemente coráveis que surgem em intervalos irregulares ao longo da célula é uma característica exclusivamente do músculo cardíaco.
Músculo liso
O músculo liso é formado pelo agrupamento de células longas consistentes, podendo assim, se afilarem nas extremidades. As células do músculo liso são cobertas por lâmina basal (camada proteica que funciona como um tipo cola que une a camada basal ao tecido conjuntivo) e são mantidas unidas através de uma rede muito delicada de fibras reticulares (formadas pela proteína colágeno do tipo III, ligando o tecido conjuntivo aos tecidos vizinhos). Essas fibras ligam as células musculares lisas umas as outras, de forma que a contração das células se transformem na contração do músculo inteiro.
As células musculares lisas possuem corpos densos (regiões escuras que possuem função na contração das células musculares), localizando-se principalmente na membrana dessas células, existindo também, no citoplasma.
O músculo liso é capaz de dar uma resposta de regeneração muito eficiente. No momento em que ocorre a lesão, as células musculares lisas entram em mitose (divisão celular que resulta na formação de duas células geneticamente idênticas à célula original) e restauram o tecido que foi destruído. Na reconstituição do tecido muscular liso da parede dos vasos sanguíneos, há também a participação dos pericitos (célula associada com as paredes de vasos sanguíneos pequenos, servindo como suporte para esses vasos), que sofrem o processo de mitose, gerando novas células do tecido muscular liso.